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quinta-feira, 19 de abril de 2012

EDUCAÇÃO INFANTIL - Parte II





No texto anterior sobre os aspectos históricos da Educação Infantil vemos como esta modalidade de ensino tem uma função social latente, agora vamos entender o perfil dos alunos e como essa escola se organiza. Para ler o texto anterior acesse: http://pamelapatriota.blogspot.com.br/2012/04/educacao-infantil-parte-i.html 



Educação Infantil - Como se organiza essa modalidade?

A Educação Infantil se divide em duas fases: a primeira que compreende crianças de 0 a 3 anos que chamamos de creche e a segunda fase que compreende crianças de 4 a 6 anos que chamamos de pré-escola. Logo percebemos dois perfis bem diferentes de alunos, pois as fases de desenvolvimento cognitivo da criança sofre várias modificações durante este período da infância. 


Perfil do aluno da Creche (0 a 3 anos)


Os bebês e as crianças pequenas estão começando a conhecer o mundo e construir os conceitos sobre este através da observação e do contato direto com objetos, texturas, sabores, formatos, etc., nesta fase ainda estão desenvolvendo os primeiros cognatos, a linguagem e descobrindo o seu "eu" e todos os significados nesse contexto.
Nesta idade, por ser uma fase de construção e de contato a criança precisa ter um ambiente favorável para que possa se desenvolver plenamente. A escola ganha aqui funções didáticas comuns às outras modalidades, mas também funções como a higiene, a alimentação, a segurança e as rotinas comuns a uma criança pequena que garantam seu bem estar e saúde. É preciso entender que estas crianças terão reações mais instintivas características dos bebês, como chorar quando querem alguma coisa, ou quando estão com sono, bater ou morder quando não querem entregar um objeto, então o professor precisará recorrer à soluções que contemplem este universo, muitas vezes fazer "um sermão da montanha" para explicar porque não se pode morder o coleguinha não vai resolver nada e ainda pode deixar a criança mais nervosa.
Outra particularidade desse grupinho é levar tudo quanto é objeto à boca, o que é natural, pois estão "experimentando" sabores, formas e texturas. Por isso é necessário todo cuidado possível no manuseio de materiais durante as aulas para evitar acidentes. Objetos pequenos, materiais com isopor, cola, bexiga, e brinquedos que se desmontam em peças menores estão totalmente proibidos. Deve-se também ter atenção com pontas de lápis e folhas de papel. Lembre-se que tudo vira "comida"!
É comum os pais das crianças da creche serem mais presentes, pois levam e buscam os filhos na escola todos os dias e por não conhecerem muito bem sobre a modalidade de ensino, questionarem a necessidade do uso de cadernos, tarefinhas para casa, materiais apostilados etc., porém o uso desses recursos é desnecessário porque não podemos condicionar essas crianças às atividades da escola tradicional, muitas destas atividades não terão o significado necessário para a criança e o fator tempo de execução de atividade também conta, pois nada maior que 30 minutos é capaz de deter a atenção das crianças. Não há de se falar em quadro negro na creche, a criança precisa ter o contato com materiais, brincar, cantar, dançar, ouvir estórias, dialogar espontaneamente, correr no parque entre outras atividades que contemplem suas necessidades conceituais. Como está na fase das 'garatujas' que são desenhos livres e bem particulares desta idade, também não há necessidade de muitos tipos de lápis para atividades de desenho e a pintura também deve ser livre de regras.
Piaget classifica a fase de 0 aos 24 meses como sensório-motor, ou seja a criança aqui precisa ter o contato com o universo que a cerca, e através destas experiências "sem compromisso" ela constrói os primeiros conceitos, ainda soltos e desconexos, porém extremamente úteis para sua aprendizagem e desenvolvimento.

A creche é uma modalidade de ensino que não é estruturada no seu currículo como as escolas tradicionais e sua concepção de aprendizagem também é muito diferente, isso se dá pelo perfil de aluno que temos e do acompanhamento do desenvolvimento da criança nas mais variadas formas de conhecimento, não só da ciência em si ou do letramento e matemática mas sim de todos os meandros que envolvem aprendizagem. Por toda a importância para o seu desenvolvimento as crianças não deveriam ser privadas desta fase, pois muitas vezes os pais não possuem estrutura financeira ou psicológica ou mesmo o conhecimento necessário para o desenvolvimento da aprendizagem da criança. É claro que a participação dos pais é edificante e indispensável, mas a escola tem o poder de transformar e de auxiliar esta criança no seu desenvolvimento, na criação de rotinas e regras e na interação da mesma com a comunidade e os seres em sua volta. 
Existe uma diferença gritante entre a criança que passa pela creche e a que não experimenta esta modalidade, pois na pré-escola a aprendizagem adquirida na creche é fundamental para o melhor desenvolvimento da criança no processo de alfabetização.


O Perfil do aluno da Pré-escola (4 a 6 anos)


As crianças de 4 a 6 anos são ainda mais descobridoras com a diferença de já possuírem muitos conceitos e a linguagem está mais formulada. Uma criança de 4, 5 ou 6 anos já consegue se expressar por meio de palavras, e também interage muito mais com os colegas e com o professor. Nesta fase a criança experimentará a pré-escola que voltará suas atividades para a complementação e continuação do trabalho conduzido na creche. Com as primeiras experiências concretas já bem arquitetadas agora temos um aluno mais preparado para sua inserção na sociedade, no conhecimento da escrita e da leitura, no mundo do raciocínio matemático, a desenvoltura e coordenação motora já é mais acentuada e sua percepção também, porém nada disso acabará com as brincadeiras, a necessidade de concretizar conhecimento e imaginar.
Os desenhos nesta fase são muito importantes para o universo infantil, é através deste que elas conseguem expressar seus sentimentos e suas aprendizagens, cada desenho impulsiona a criatividade para criar uma história, escolher as cores e os tamanhos dos desenhos. É importante que a criança tenha este espaço para se expressar com tranqüilidade e que possa experimentar o contato com texturas diferentes como giz de cera, lápis de pintar, tinta entre outros.
A dança e a música podem ser grande fonte de aprendizagem com a vantagem de já participarem da rotina da criança desde a creche, é possível aliar este recurso para a alfabetização que está na sua fase inicial mais concreta. Apesar de mais hábil, a coordenação motora da criança deve continuar sendo desenvolvida com a predicativa de escolher músicas que contemplem a alfabetização nas duas modalidades – letramento e matemática – pois a linguagem oral é muito importante para o alicerce da aprendizagem nesta fase.
A pré-escola funcionará como a principal preparação para a educação básica, as estruturas curriculares se dividem entre a concepção de creche e a base curricular da próxima fase do ciclo que aí sim ganha estrutura já conhecida e mais específica das competências curriculares tradicionais. É muito importante que o professor entenda que o processo de alfabetização apesar de possuir um ritmo comum a todos, existe a individualidade do aluno quanto a sua reação ao receber as informações, e como irá desenrolar seu desenvolvimento perante tudo que lhe é apresentado. A didática aqui é fundamental, para que se consiga adequar as aulas a todas as crianças e garantir esse ritmo satisfatório.
Vale lembrar ainda que quanto às avaliações deve-se ser mais dinâmico, pois o aluno não deve ser condicionado às provas tradicionais ou exercícios que não explorem sua criatividade.



- Agora que você conhece os perfis dos alunos da Educação Infantil, no próximo post vou abordar o tema “Alfabetização Matemática"


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