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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Professores: Tabuada não é castigo!







É lamentável o despreparo de alguns colegas ao tentar ensinar um aluno a matemática, especialmente nos anos iniciais do ensino fundamental (antiga 1ª a 4ª séries).
Algumas professoras desta fase acreditam que as famosas tabuadas de multiplicação compõe a parte mais importante do ensino de matemática. O que na realidade não procede, pois o raciocínio para operações de multiplicação só será possível quando o aluno domina muito bem os princípios de contagens, as somas de parcelas e detém as noções de quantidades e projeções de resultado. A "decoreba" da tabuada de multiplicação de nada serve, pois o aluno decora resultados sem compreender o que se passa, sem entender os princípios fundamentais e muito menos associa a multiplicação com  a soma de parcelas iguais. 
Professora, seu aluno só vai aprender tabuada de multiplicação se ele souber somar! E consequentemente só saberá dividir quantidades se ele souber somar, subtrair e multiplicar com agilidade e entendimento. Não se engane ao ver o aluno como um rádio gravador respondendo de 'cor e salteado' como se ele estivesse realmente gravado em uma parte do cérebro os resultados, isso não é aprendizado. O aluno que aprende ganha autonomia, consegue resolver os problemas propostos sem engasgar na tabuada de multiplicação e não se limita a entender que só há multiplicação ente números naturais menores que 10.  Podemos tomar como exemplo da não eficiência da "decoreba" o aluno que responde que 5 x 0 é 5, ou 2 x 7 = 6 ou ainda que 10 dividido por 20 é igual a 100. Ou seja todos estes alunos não fazem relação entre a operação e o princípio de aumento ou diminuição de quantidades em relação a quantidade inicial.  
A situação piora ainda mais quando, ao cometer algum ato indisciplinar a professora deixa o aluno no final da aula para responder a tabuada do número tal. A ideia de castigar, sim pois é um castigo, uma medida disciplinar, utilizando a tabuada, ou melhor a matemática como o algoz deste aluno faz com que ele perca a sua afinidade com a ciência, que sempre a encare de forma negativa, como se estivesse sendo punido pela matemática e não pela indisciplina. 
Outra situação que gera traumas quanto a aprendizagem na matemática é a insistência dos pais e professores para que o aluno saiba de cabeça ou seja sem pensar ou fazer cálculos, os resultados das tabuadas de multiplicação. Como se pode admitir que há aprendizagem nesta cena se o aluno não pensa para responder? Se ele não faz nenhum esquema de raciocínio lógico, apenas recorre a memória gravada como quem decora a letra de uma música para cantá-la?

Definitivamente estas atitudes criam um perfil de aluno que passa a não compreender os mecanismos do cálculo e que se torna dependente de fórmulas prontas e acabadas, um aluno que não utiliza de estratégias para resolução de problemas e sim de memorizações sem nenhuma base lógica-matemática.

Vale ressaltar que sim, as tabuadas tem parte no processo de aprendizagem, devem servir como mais um requisito de relação entre quantidades, contudo não se deve supervalorizar este recurso tornando as aulas de matemática meros treinos e memorizações de resultado. O aluno que somar e subtrair com agilidade, que entender as transformações de resultados, que compreender quando está havendo aumento ou diminuição da quantidade inicial com certeza vai se desenrolar nas suas tabuadas muito bem e melhor sem se limitar as operações que números inferiores a 10 afinal existe 5 x 11.

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