Páginas

Digite aqui o assunto que procura:

Mensagem aos leitores


"Este blog é um trabalho dedicado a todos aqueles que participam da Educação e se dedicam a ensinar e aprender."

segunda-feira, 16 de abril de 2012

EDUCAÇÃO INFANTIL - Parte I


Este é o primeiro de uma série de textos sobre Educação Infantil que irei tratar aqui, que culminarão em técnicas de alfabetização matemática. Todos os textos são de autoria própria fruto de leituras, teorias, experiências, pesquisas e debates sobre o tema.


ASPECTOS HISTÓRICOS

Antes de trabalhar com a Educação Infantil, primeiramente devemos compreender que o conceito de criança que temos hoje, de ser diferente do adulto, que pensa e age diferente na maturidade e na construção de conhecimento, nem sempre foi este. Durante séculos a infância foi incompreendida, tratada na Idade Média como "mini adultos", não existiam vestimentas diferenciadas e a educação era quase sempre condicionada à responsabilidade dos pais e a Igreja. 
Na Idade Moderna, a revolução industrial, os movimentos científicos do Iluminismo e a formação dos primeiros Estados laicos, modificaram a concepção de educação e principalmente a visão da criança neste contexto. As sociedades burguesas consideram a criança um ser que precisa de todos os cuidados e deve ser preparada adequadamente para exercer a vida adulta no futuro.
Os estudos eram apenas para meninos, as meninas só poderão estudar a partir do século XVIII. A idade mínima para o ingresso na escola era aos 10 anos de idade, pois até ali, julgava-se a criança incapaz de aprender.
Também desde a Idade Moderna, as diferenças sociais se acentuaram, a as classes sociais se tornaram cada vez mais distantes e o distanciamento das escolas populares para as escolas burguesas foi crescente. A escola pública já dá sinais de extrema diferença em relação às particulares. Com isso no século XIX surge a educação compensatória, pensadores como Pestalozzi, Froebel  e Montessori consideravam que a pré escola deveria compensar de alguma forma a miséria, a pobreza ou a negligência das famílias. Mas só no século XX que a educação infantil, chamada de pré-escola, começa a ganhar a conotação de creche tanto nos Estados Unidos como também na Europa para garantir empregos e assistência às famílias na década de 30, período de depressão econômica.
Com o final da Segunda Guerra Mundial (1945), muitas famílias perderam seus provedores (os homens) e as mães agora teriam que trabalhar para garantir o sustento de seus filhos, a pré-escola aqui começou a atender estas mães e outras que começaram a ingressar no mercado de trabalho, e mais uma vez o assistencialismo da pré-escola se fez presente. 
No Brasil, a creche não servia apenas para as crianças de mães que trabalhavam na indústria como também filhos de empregadas domésticas. Em 1970 a educação compensatória se deu graças a grande evasão escolar e também ao índice de repetência de alunos no primeiro grau. Os filhos de famílias pobres não possuíam condições de manter um nível satisfatório de desenvolvimento escolar e por isso era necessário que a pré escola preparasse estas crianças antes de entrarem para o primeiro grau (ensino fundamental).
A pré-escola pública enfrentava mais problemas em virtude da classe social de seus alunos, a alimentação passou a ser pauta de debates, pois havia a necessidade de se fornecer uma alimentação na própria escola, e outros aspectos como higiene e segurança física, a pré-escola começa a ganhar um aspecto muito mais social do que pedagógico, sim pois, as escolinhas particulares se preocupam mais com atividades pedagógicas e enquanto as escolinhas públicas tem de se atentar aos cuidados essenciais com estas crianças.
Nos anos 80 a Educação Infantil está cheia de problemas, primeiro a falta de uma política global de ensino, escassez de profissionais qualificados e ainda o enfoque em preparação para o primeiro grau empobrecia as competências e habilidades dos alunos e ainda a ausência da participação dos pais também prejudicava o andamento da escolinha.
Com a criação da Constituição de 88 cria-se uma cooperação entre estados e municípios para a educação infantil. Mas é o Estatuto da Criança e do Adolescente que responsabiliza o município pela assistência a criança e ao adolescente e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) que no seu artigo 29 delimita a Educação Infantil para crianças até os 6 anos de idade com a finalidade de completar a ação da família e da comunidade, objetivando o desenvolvimento integral da criança nos aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais.
Hoje a Educação Infantil é de responsabilidade dos municípios e subdividida em Creche (0 a 3 anos) e Pré-escola (4 a 6 anos). A primeira em regime integral e a segunda em regime parcial.

Analisando os aspectos históricos da Educação Infantil podemos dizer que esta modalidade de ensino é recente e que são muitos os problemas enfrentados quanto a estrutura física, a estrutura do currículo e também dos profissionais que trabalham nas creches e pré-escolas do Brasil. Há ainda uma enorme diferença entre as concepções pedagógicas de creche e pré-escola públicas e particulares, a primeira ainda tentando modificar seu olhar sobre a criança e seu desenvolvimento e sanar suas dificuldades em busca da qualidade e a segunda com uma visão muitas vezes 'torta' do que seja educação infantil.




Leia o segundo texto da série, que trata dos perfis de aluno e da organização da Educação Infantil acesse: http://pamelapatriota.blogspot.com.br/2012/04/educacao-infantil-parte-ii.html 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Veja também!