Andragogia: Realidade na Educação
Brasileira
Com
o crescimento do poder aquisitivo do brasileiro e a expansão do mercado de
trabalho vemos hoje nas salas de aula um número cada vez maior de adultos
voltando a estudar. Alguns começando das séries iniciais ou continuando o
ensino fundamental, outros que terminaram o ensino médio e procuram cursos
técnicos e faculdades.
As
motivações dos alunos adultos são as mais variadas, desde a busca por melhores
cargos em empresas, maiores salários e até satisfação pessoal de “terminar os
estudos”. Esse perfil de aluno deve ser considerado nas suas particularidades:
Objetividade: Primeiramente o aluno adulto é sempre mais objetivo
na sua identificação com a aprendizagem. Diferentemente de uma criança ou
adolescente, este está em uma sala de aula com objetivos claros quanto às suas
necessidades
de conhecimento e a aplicação dos mesmos na sua realidade.
de conhecimento e a aplicação dos mesmos na sua realidade.
Autonomia: O adulto também se considera responsável pela própria
aprendizagem, conhece suas dificuldades e necessitam do reconhecimento da sua
capacidade de autodireção.
Experiência: O adulto traz para seu processo de aprendizagem a
comparação com suas experiências de vida que devem ser levadas em consideração.
Disposição: Adultos são alunos dispostos aos desafios da
aprendizagem desde que ele se identifique no seu cotidiano com o conhecimento a
ser adquirido.
O
desafio para o professor se concentra em conseguir a comunicação com o aluno atendendo
suas necessidades específicas e desenvolver a aprendizagem de forma eficiente.
A andragogia trata disto da educação do aluno adulto como um perfil
diferenciado.
A
graduação infelizmente hoje não prepara professores para a andragogia, para que
o professor tenha a mesma idade e até mesmo seja mais jovem que o seu aluno. É com
espanto que vejo na sala de aula, meus alunos que indagam primeiramente minha
idade antes mesmo da minha formação. O antigo conceito que a pessoa que tem
seus cabelos brancos pode e tem mais sabedoria e capacidade de lecionar ainda
impera em nossas salas de aula.
É
um desafio enorme quebrar alguns conceitos sobre os perfis de professores, e essa
mudança deve ocorrer dentro das faculdades preparando o acadêmico da
licenciatura para lidar com cada vez mais adultos em sala, com os mais variados
perfis de alunos dentro da mesma sala de aula.
A
relação professor-aluno é bem diferente, pois algumas vezes é preciso
compreender que estes papéis são facilmente invertidos durante as aulas. Cada
um contribui com seu conhecimento prévio e várias vezes é necessário parar para
ouvir o que este aluno tem a contribuir e é relevante dar importância a
participação destes alunos, pois assim estes se sentem motivados durante o dia
a dia da sala.
A
recompensa de um bom trabalho em salas de jovens e adultos é a demonstração dos
resultados, seja nas avaliações ou nas relações fora de sala de aula, pois é
bem comum o aluno adulto reconhecer a afetividade desenvolvida no trabalho em
sala e levar suas experiências adquiridas para seu trabalho, família ou
comunidade.
Pâmela Patriota
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