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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A palavra é Didática

Do grego Didaktiké, didática significa Arte de Ensinar. Outro dia em conversa com colegas de profissão, chegamos a conclusão do que diferencia um professor de qualquer outro profissional que atua em salas de aula sem ser licenciado: a didática. Sim, muitos profissionais se habilitam na profissão de professores apenas por julgarem ter os conhecimentos necessários para a tal disciplina, neste rol estão, advogados, médicos, administradores, engenheiros e outros tantos mais. O que causa uma série de problemas no quesito aprendizagem dos alunos em questão. 
A Didática tem sua história ligada com a educação e sofreu ao longo dos tempos várias modificações, na década de 20 a Escola Nova, propôs enxergar a criança como um ser que tem plenas capacidades para aprender e que se deveria avançar mais nos conteúdos. Ainda sim ao longo de várias décadas os estudiosos se preocuparam mais com o que era ensinado na escola, a grade curricular, e não com as técnicas de ensino. A partir de meados dos anos 90, a didática recebe uma nova roupagem: o aluno é parte da construção do conhecimento e o professor é um articulador, orientador, que prioriza as mais variadas técnicas de ensino para o maior alcance na sala no quesito aprendizagem.
A Didática da Matemática por exemplo, prioriza hoje o aluno na sua potencialidade de raciocínio e na liberdade para construção de algorítimos que facilitem os procedimentos de cálculo, e dá ao professor o papel de orientador e de facilitador do contato entre os alunos e as várias fórmulas para calcular. Na prática, didática, ou ter didática é construir no dia a dia em sala de aula, alunos libertos de fórmulas únicas e de técnicas de cálculo, fazendo com que estes quebrem correntes que prendem o raciocínio e o raciocínio lógico.
Não importa o nível onde ela acontece, a didática cabe a todos os níveis, dos mais fundamentais passando pelo ensino médio e superior, existe uma didática para cada nível, uma linguagem e uma abordagem diferente para cada perfil de aluno, daí a importância da qualidade na qualificação profissional dos professores.
No início falei dos profissionais que não licenciados (graduação para professor) se aventuram ministrando aulas, fica a crítica: podem estes profissionais, formados no tecnicismo da profissão na prática (advogados, médicos, engenheiros) terem o quesito didática, uma vez que sua graduação não possui uma disciplina se quer sobre o assunto? Qual a qualidade destas aulas? Não seriam estes "professores" em grande parte, reprodução do que foi vivido enquanto aluno, sem acrescentar criticismo e independência de raciocínio aos seus alunos?
A qualidade do ensino superior no Brasil, falando em Brasil, está longe de formar profissionais livres das arbitrariedades do raciocínio contido, dependente e reprodutor de ideias defasadas, uma vez que seus profissionais se prendem a técnicas que eles mesmos desconhecem, quando estas não são as mais rudimentares e ultrapassadas.

Não se pode ser advogado sem a graduação de direito, não se pode ser médico sem a graduação de medicina, então leitores, por que se pode ser professor sem graduação ou didática?




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