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| Egito durante os protestos. Foto retirada da internet. |
Agora que o povo do Egito derrubou o ditador Mubarack, todos queremos saber o que vai acontecer, quais os rumos do "novo" Egito. O historiador Fernando Santos nos responde algumas perspectivas do que pode acontecer por lá. Confira:
Pamela: Mas o que acha? Qual o rumo que o Egito vai tomar agora?
Fernando: Ainda é cedo para dizer, o país não tem a mínima estrutura para iniciar um processo eleitoral, não há partidos, nem líderes, nem possui uma tradição democrática, tudo é muito incipiente ainda. Há o risco de o poder ir parar nas mãos de extremistas, também, ou seguir um caminho parecido com o Irã, pós Revolução de 1979...
Pamela: Dá para comparar ao Brasil?
Fernando: Não, de maneira alguma, são histórias muito distantes, e realidades análogas... Por mais que tenhamos convivido com períodos de exceção, sempre tivemos partidos e eleições, ou seja, quando saímos do último período ditatorial, em 85, existiam partidos e lideranças fortes e consolidadas, coisa que não ocorre no Egito...
Pamela: Um fato histórico importante...
Fernando: Sim, é um momento único e importante, você está tendo o privilégio de ver "in loco" ao chamado "processo histórico" em marcha. É parecido com o que ocorreu entre 1989-1991 na Europa, período que eu assisti a queda do Muro de Berlim. Quando vejo eventos assim é que fico orgulhoso de meu oficio e pensando nos que disseram que a história tinha acabado, e lamento por ser tão negligenciada no Brasil.
Após 18 dias de intensos e violentos protestos que tomaram diversas cidades do Egito, o ditador Hosni Mubarak, renunciou ao poder depois de comandar uma ditadura durante 30 anos. Ele assumiu a Presidência em 1981.
Fernando Santos é historiador, bacharel em Direito, ex-professor da Universidade Federal de Mato Grosso e da Universidade de Cuiabá, atualmente sócio da Politéia Consultoria.

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