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"Este blog é um trabalho dedicado a todos aqueles que participam da Educação e se dedicam a ensinar e aprender."

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Minha (não só minha) Motivação






Eu vejo meus alunos e alunas todos os dias, e durante minhas aulas reflito sobre seus perfis. Tenho alunos de diferentes realidades, culturas e personalidades, nunca um é igual ao outro. Ser professora é uma honra cultivada desde muito cedo na minha vida.

Lembro-me bem daquela garotinha de 8 ou 9 anos que subia numa cadeira para alcançar o quadro, e que ficava muito honrada em copiar no quadro negro as tarefas, ajudando a professora. E que pegava provas de outras turmas que a "tia" ministrava aulas e corrigia com auxílio de um gabarito. Eu nem sabia o que estava corrigindo ao certo, mas era só ver se a resposta era igual ao gabarito e pronto, estava corrigindo provas! Me sentia uma professora, uma auxiliar, e muito responsabilizada em zelar pela confiança de Tia Rute, pois queria que aquilo se repetisse. Já corrigia provas de matemática na quinta série de colegas meus, sem que nunca soubessem claro!
Essa caminhada toda, sempre íntima das organizações da escola, sempre coordenando atividades, e dividindo mais tarde com professores do curso de Normal Médio as concepções do que seria aprender e ensinar, foram edificando uma aluna exemplar por sua dedicação. A minha primeira sala de aula foi aos 13 anos, e eu me senti como um ator em estreia, um friozinho na barriga, mas logo fui invadida pela sensação: aqui é o meu lugar!

A graduação foi um sonho realizado, muita expectativa e muito aprendizado, e hoje carrego um título de Professora, do qual me orgulho muito, é engraçado quando pego um giz e me vem na memória aquela menina da terceira série. No fundo aquela menina só cresceu, mas continua zelando pela confiança a ela depositada, agora não mais de sua professora de ensino fundamental mas sim de coordenadores e principalmente dos alunos. A confiança do aluno na minha capacidade me emociona, quando os vejo silenciosos ouvindo, tentando entender os códigos, ou tentando adivinhar como será a avaliação, vejo a confiança depositada em mim.
Alunos não estão ali para construir conhecimento apenas, trocar informações ou conquistar uma profissão, alunos, meus caros, estão ali construindo sonhos! Muitos deles são como aquela garota da cadeira que ao subir para alcançar o quadro todos os dias, alimentava um sonho distante ainda. Alguns se desesperam, choram, se angustiam, na eterna agonia de quem quer por mais uma camada de realizações no seu sonho. 

Não é justo não se inspirar nos sonhos que construímos quando vamos às aulas, não é justo condicionar as possibilidades a uma prova ou um dia de aula. E mais injusto ainda é não reconhecer que o que me motiva todos os dias é poder contribuir de alguma maneira nessa caminhada, é plantar uma semente, que mesmo depois não haja memória suficiente para o autor da obra, é contribuir, ser mais um a deixar algo.


Eu amo o que faço e me realizo na minha profissão.

 

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